sexta-feira, 11 de outubro de 2013

8. A menina manicure maluquinha!


(por Raquel Lisboa)

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(por Raquel Lisboa)



unha polonêsQuem é tio ou tia sabe que sobrinhos são os nossos segundos
 filhos, até porque eles fazem tudo o que não é para fazer, são 
rebeldes, mas... enchem o nosso coração de alegria.
Bem... Sou filha única, nunca terei oportunidade de ter sobrinhos 
legítimos, mas em compensação casei-me com um homem 
que tem dez irmãos (os meus sogros não tinham TV em casa!), 
que também casaram e tiveram filhos. Imagine então quantos 
sobrinhos se reúnem na casa da minha sogra aos fins de semana?
Muitos... Sem contar que esses sobrinhos também se casaram e 
tiveram mais sobrinhos (filhos)... E por aí vai...
Em meio a tanta “sobrinhada” sempre tem o mais quietinho, o mais
 inteligente, o mais bagunceiro, o mais amoroso... 
Os pequeninos, que são uma graça, e os adolescentes, que são um 
problema...
Tenho uma sobrinha chamada Gisele que tem sete anos, agora. 
Trata-se de uma criança franzina e amarela e, tão fraquinha, que seus cabelos não cresciam
(depois de muito tempo descobrimos que eles não cresciam porque ela mesma os cortava).
O que ela tem de fragilidade tem de pentelha. Quando tinha quatro anos cortou a colcha
 novinha da cama do meu filho com uma tesoura, furou o sofá da avó, enfim... 
Mas quem mais sofria com as suas reinações era o Frajola, o gato da família. 
Imagine que um dia ela guardou – o dentro de uma mochila...  Eu percebi, ralhei com ela 
que tirou o bichano rapidamente.
O pobrezinho estava tão cansado – talvez pelo fato de ficar sem ar – que ela aproveitou-se 
para cortar suas unhas e pintá-las, pois uma de suas brincadeiras favoritas era brincar de 
manicure. O gatinho era pequeno quando isso aconteceu e nem pôde se defender. 
Todos ralhavam com ela ao perceber o que estava aprontando, e a garota 
endiabrada parava por alguns instantes, mas num descuido lá estava a Gi fazendo a mesma 
arte. Nessa brincadeira, 
as unhas do Frajola foram pintadas e cortadas e o bichinho ficou com as patinhas doloridas... 
Dava pena de olhar para ele, porque imaginávamos a dor que o coitadinho estava sentindo.
O tempo passou e um dia, cansada de brincar e fazer as mesmas estripulias, 
a Gi lembrou-se  do Frajola, afinal já fazia alguns meses que as unhas do gatinho 
não eram cortadas.
 Imagino que ela pensou: “Por que não ‘fazer as unhas’ dele?”
O fato é que os bichos crescem mais rápido do que a gente e, como o Frajola já era 
“grandinho” a Gi levou muitos arranhões e mordidas do bichano que ficou furioso com a 
investida da garota... Ele tinha seus motivos para irritar-se afinal de contas, ele era um gato 
e não uma gata. Não ficaria nada bem, sair por aí com as unhas pintadas... O que os seus 
amigos gatos, pensariam?
Eu, de longe, observava a choradeira da pobre criança e pensava com meus botões: 
(Bem feito!). A mãe da menina ao perceber os arranhões foi acudi-la e eu fingi que estava
 preocupada com a pobrezinha. Porém, o que mais me chamou a atenção foi 
a maneira que a Gi encontrou para ofender o Frajola, depois do ocorrido:
- Seu trouxo! Idioto! Seu besto!
O que no primeiro momento foi alvo de apreensão tornou-se hilário, e todos os
 presentes caíram na gargalhada.
Faz algum tempo que isso aconteceu. Esses dias a vi com um vidrinho de esmalte pintando 
as unhas de suas bonecas. Não perdi a oportunidade e perguntei:
- Não vai mais pintar as unhas do Frajola, Gi?
A garota respondeu prontamente:
- Não! O Frajola é um cliente muito mal agradecido!
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