(por Raquel Lisboa)
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(por Raquel Lisboa) Quem é tio ou tia sabe que sobrinhos são os nossos segundos filhos, até porque eles fazem tudo o que não é para fazer, são rebeldes, mas... enchem o nosso coração de alegria. Bem... Sou filha única, nunca terei oportunidade de ter sobrinhos legítimos, mas em compensação casei-me com um homem que tem dez irmãos (os meus sogros não tinham TV em casa!), que também casaram e tiveram filhos. Imagine então quantos sobrinhos se reúnem na casa da minha sogra aos fins de semana? Muitos... Sem contar que esses sobrinhos também se casaram e tiveram mais sobrinhos (filhos)... E por aí vai... Em meio a tanta “sobrinhada” sempre tem o mais quietinho, o mais inteligente, o mais bagunceiro, o mais amoroso... Os pequeninos, que são uma graça, e os adolescentes, que são um problema... Tenho uma sobrinha chamada Gisele que tem sete anos, agora. Trata-se de uma criança franzina e amarela e, tão fraquinha, que seus cabelos não cresciam (depois de muito tempo descobrimos que eles não cresciam porque ela mesma os cortava). O que ela tem de fragilidade tem de pentelha. Quando tinha quatro anos cortou a colcha novinha da cama do meu filho com uma tesoura, furou o sofá da avó, enfim... Mas quem mais sofria com as suas reinações era o Frajola, o gato da família. Imagine que um dia ela guardou – o dentro de uma mochila... Eu percebi, ralhei com ela que tirou o bichano rapidamente. O pobrezinho estava tão cansado – talvez pelo fato de ficar sem ar – que ela aproveitou-se para cortar suas unhas e pintá-las, pois uma de suas brincadeiras favoritas era brincar de manicure. O gatinho era pequeno quando isso aconteceu e nem pôde se defender. Todos ralhavam com ela ao perceber o que estava aprontando, e a garota endiabrada parava por alguns instantes, mas num descuido lá estava a Gi fazendo a mesma arte. Nessa brincadeira, as unhas do Frajola foram pintadas e cortadas e o bichinho ficou com as patinhas doloridas... Dava pena de olhar para ele, porque imaginávamos a dor que o coitadinho estava sentindo. O tempo passou e um dia, cansada de brincar e fazer as mesmas estripulias, a Gi lembrou-se do Frajola, afinal já fazia alguns meses que as unhas do gatinho não eram cortadas. Imagino que ela pensou: “Por que não ‘fazer as unhas’ dele?” O fato é que os bichos crescem mais rápido do que a gente e, como o Frajola já era “grandinho” a Gi levou muitos arranhões e mordidas do bichano que ficou furioso com a investida da garota... Ele tinha seus motivos para irritar-se afinal de contas, ele era um gato e não uma gata. Não ficaria nada bem, sair por aí com as unhas pintadas... O que os seus amigos gatos, pensariam? Eu, de longe, observava a choradeira da pobre criança e pensava com meus botões: (Bem feito!). A mãe da menina ao perceber os arranhões foi acudi-la e eu fingi que estava preocupada com a pobrezinha. Porém, o que mais me chamou a atenção foi a maneira que a Gi encontrou para ofender o Frajola, depois do ocorrido: - Seu trouxo! Idioto! Seu besto! O que no primeiro momento foi alvo de apreensão tornou-se hilário, e todos os presentes caíram na gargalhada. Faz algum tempo que isso aconteceu. Esses dias a vi com um vidrinho de esmalte pintando as unhas de suas bonecas. Não perdi a oportunidade e perguntei: - Não vai mais pintar as unhas do Frajola, Gi? A garota respondeu prontamente: - Não! O Frajola é um cliente muito mal agradecido! Para ler mais contos e crônicas Clique aqui! |
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
8. A menina manicure maluquinha!
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