(por Raquel Lisboa)
Era uma vez um mousse de maracujá, feito por mim.
Não pense que era um mousse comum daqueles que você está acostumado a comer...
Esse era diferente.
Era composto por leite condensado, suco de maracujá, creme de leite e... tchan, tchan, tchan....
LAXANTE.
Isso mesmo querido leitor! LA-XAN-TE.
Vou explicar.
Na minha adolescência, tive um ex namorado e uma amiga que namorava com ele.
Nunca gostei de amigas que namorassem ex namorados meus, porque é evidente que mais cedo ou mais tarde encontraria os ditos cujos.
É muito difícil terminar um namoro e manter uma relação de amizade.
E a explicação é óbvia. Se tudo acabou, a culpa é sempre do ex e nunca nossa. Certo?
Claro. Pois bem. E a minha amiga Lena se apaixonou pelo insuportável do Gustavo.
Sabe o que aconteceu? Ela ficou tão insuportável quanto ele.
O pior de tudo, é que sempre participávamos dos mesmos eventos, íamos para os mesmos lugares, festas, enfim...
Não perdi muita coisa, mas que é horrível aparecer no mesmo local que seu ex, é, viu?
Ainda mais quando o traste está acompanhado com uma namorada que por sinal é sua amiga. Claro que a essa altura do campeonato, ela se tornou minha inimiga mortal... Mas tudo bem.
Final de ano, teve uma festança em casa. Convidei todos os meus amigos e armei um plano de vingança que tinha tudo para dar certo...
Preparei o mousse de maracujá, separei uma pequena porção numa travessa e "tasquei" laxante. Para não se misturar com o restante, tomei o devido cuidado de guardá-lo separadamente na geladeira da casa da minha avó.
A festa corria alegremente. Lena estava linda (que raiva) - Pior de tudo é quando a atual namorada do seu ex, além de ser sua amiga é mais bonita que você - Ela usava um vestido branco, bem apertado na cintura. Os quadris estavam bem realçados (que ódio), e os belos cabelos negros encaracolados na altura da cintura (arhgtt), realçavam seu belo talhe.
Gustavo continuava do mesmo jeito. Branquinho, baixinho, magrinho, antipático, insuportável, chato, mequetrefe, cafajeste, songamonga e todas as devidas qualificações cabíveis a um ex.
Num dado momento, em que os pombinhos se beijavam, apareci toda sorridente com dois copinhos de mousse nas mãos. Eles comeram tu-di-nho.
Fiquei na espreita, ansiosa pelo momento em que o laxante fizesse efeito.
Sabe o que aconteceu?
Nada.
Nada.
Os pombinhos ficaram até o final da festa, repetiram o mousse, foram embora felizes...
E eu?
E eu?
Fui dormir frustrada, com a falha do meu plano infalível.
No dia seguinte, acordei-me cedo com vozes que vinham da sala da minha casa. Levantei com a cara toda amassada e adivinhe quem estava lá?
Lena? Gustavo? Nananinanão.
Minha avó. Pálida, pálida, pálida.
A pobrezinha (que era ressecada por sinal), ficou no trono a noite inteirinha.
Bem... O que eu fiz? Fui de pontinha de pé até a casa dela e tcharam! Ela comeu todo o mousse de maracujá com laxante. Quem manda ser gulosa?
A culpa também foi minha por não me lembrar de retirá-lo de sua geladeira.
Até hoje sinto um peso danado na consciência...
Por mais que tente, não consigo compreender o motivo pelo qual, o bendito mousse fez efeito em minha avó, ao invés de fazer nos pombinhos...
Coisas da vida... Se eu pudesse, faria tudo de novo.
Só que tiraria a travessa de mousse da geladeira da pobre velhinha e colocaria o dobro de laxante para os dois...
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MORAL DE HISTÓRIA:
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imagens retiradas de: http://br.freepik.com
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Esse, preciosa escritora, é o verdadeiro tiro pela culatra. Ainda bem que foi a sua avó, embora dolorido assim dizer, que acabou sendo a vítima. Já pensou se no final da história o ditado seria "um tiro no próprio pé"?
ResponderExcluirAbraços.
Sálvio Sérgio
kkk! Pobrezinha da minha avó... Ela nunca soube qual o verdeiro motivo que a levou a ter uma noite inteira de rainha (no trono!). Se soubesse, acho que eu não estaria viva para contar essa crônica!
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